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A importância estratégica do contador em tempos de mudança tributária

  • Patrick Pelucio
  • 19 de out.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 20 de out.

Por Patrick de Pelucio


Seu contador está mesmo preparado para 2026?

Estamos no final de 2025 e, salvo imprevistos, a reforma tributária brasileira entrará em sua fase de implementação em 2026 — trazendo mudanças profundas no sistema de tributação, no monitoramento, na escrituração contábil e nas obrigações acessórias. Nesse cenário, o papel do contador de sua empresa deixa de ser apenas operacional ou de “fechar os números” e passa a ser absolutamente estratégico.



Ao olhar para 2026, a pergunta que todo empresário ou gestor deve fazer é: se o meu contador não me procurou este ano para preparar, atualizar e revisar o planejamento frente à reforma, será que ele está mesmo preparado ou sintonizado com o novo ambiente?



Por que o contador será indispensável


  • A reforma tributária exige que as empresas estejam preparadas para transição, ao longo do cronograma que já está definido.

  • O contador deve deixar de apenas registrar e apurar impostos para antecipar cenários, identificar riscos fiscais, oportunidades de otimização tributária e garantir conformidade na nova realidade.

  • A complexidade técnica vai aumentar: por exemplo, sistemas antigos e novos poderão conviver, processos de escrituração e controles contábeis se modificarão.

  • A nova era contábil já está anunciada: conforme artigo recente, a reforma inicia uma “nova contabilidade empresarial” — o profissional contábil precisará adaptação e visão de negócio.



A ligação com a reforma tributária e o que isso significa para sua empresa

A Emenda Constitucional 132/2023 prevê, entre outras alterações, o modelo de tributo sobre bens e serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), com mudanças no ICMS, ISS, PIS, Cofins etc. Para sua empresa, isso significa:


  • Novos regimes, base tributária possivelmente alterada, outros critérios de apuração.

  • Obrigação de preparar dados, sistemas, controles internos e escrituração de modo que suportem as novas regras.

  • Oportunidade: quem se antecipar poderá reduzir custos, evitar multas/irregularidades, melhorar a competitividade.

  • Risco: quem ficar “para trás”, ou depender apenas de encerramentos de ano sem planejamento, poderá sofrer com surpresas negativas — maior carga tributária, falhas de conformidade, retrabalho.



Uma reflexão crítica para sua empresa


Se você for gestor, sócio ou empresário, pergunte a si mesmo e ao seu contador:


  • Ele entrou em contato com você neste ano para revisar o planejamento frente à reforma tributária?

  • Você recebeu algum relatório ou reunião para mapear “o que muda em 2026”, “o que devemos fazer agora para nos preparar”?

  • A empresa possui controles contábeis e fiscais atualizados, sistemas integrados (ERP, contabilidade, fiscal) que suportem transição tributária?

  • Você confia que o profissional contábil entende não só “os números” mas também “o negócio” — ou se a contabilidade para você ainda é uma caixa preta que aparece só na entrega de obrigações acessórias?

  • Em resumo: se durante todo o ano o seu contador não falou contigo sobre “reforma”, “mudança de regime”, “planejamento tributário para 2026”, talvez seja hora de avaliar se ele está preparado para essa nova realidade.



Minha opinião


Na minha visão, o contador que atua apenas como “aplicador de fórmulas” está sendo rapidamente ultrapassado. O contador-estratégico será peça-chave para transformar a reforma tributária em vantagem competitiva — e não em dor de cabeça tributária.Empresas que começarem agora — no fim de 2025 — a se preparar com o seu contador terão muito mais tranquilidade, eficiência e resiliência para 2026. Por outro lado, aquelas que ignorarem essa mudança correm o risco de verem custos tributários crescerem, oportunidades serem perdidas e surgirem passivos fiscais inesperados.


Se eu tivesse que dar um conselho direto: converse com seu contador imediatamente. Pergunte-lhe sobre: “Qual o nosso plano para 2026?”, “Quais as minhas maiores vulnerabilidades tributárias?”, “O que eu posso fazer agora para me preparar?” Se ele não tiver resposta convincente ou não tiver iniciado esse diálogo, talvez seja hora de buscar um profissional que esteja mais antenado.



Conclusão


O fim de 2025 não pode ser apenas mais um encerramento de exercício. Deve ser o ponto de partida para uma nova era contábil e tributária em sua empresa. E o contador — mais do que nunca — será o parceiro estratégico que separa quem ficará confortável na nova realidade de quem ficará na defensiva.Preparar-se agora é não só prudente — é competitivo. Se o seu contador ainda não te procurou para essa conversa, essa talvez seja a hora de começar.

 
 
 

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