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Mude sua reunião semanal: o Brasil mudou - e sua estratégia precisa mudar junto

  • Patrick Pelucio
  • 10 de nov.
  • 5 min de leitura
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Você já parou pra pensar que o maior sócio da sua empresa se chama Receita Federal do Brasil?


Sim, o governo é o único acionista que não trabalha, não investe, não assume risco —mas é o que mais leva “dividendos” do seu negócio.E agora, com a Reforma Tributária, ele vai mudar as regras do jogo.


A questão é: sua empresa vai se adaptar ou vai continuar entregando parte do lucro por falta de estratégia?


Segunda-feira, 9h.


O time se reúne. O comercial fala em metas, o financeiro fala em caixa, o marketing fala em leads…Mas ninguém fala sobre o novo custo tributário que vai mudar o resultado de todos.


A Reforma Tributária não é apenas uma mudança de lei - é uma mudança de lógica de negócio.E quem ainda trata o tema como assunto “do contador” está deixando margem, competitividade e oportunidades na mesa.


A reunião da sua equipe precisa mudar - e precisa mudar agora.



O novo papel da reunião semanal


Durante anos, as empresas usaram a segunda-feira para alinhar indicadores operacionais.Agora, é hora de alinhar estratégia fiscal e inteligência de negócio.

O IBS e a CBS, que substituirão ICMS, ISS, PIS, COFINS e IPI, vão redefinir onde o imposto é cobrado, quem pode ter alíquota reduzida e como o lucro real será formado.


Isso exige que cada setor entenda como suas decisões impactam diretamente a carga tributária e o resultado final.



O novo formato de reunião integrada


A seguir, o modelo que está sendo adotado por empresas de alta performance em 2025 - o formato de reunião integrada de gestão tributária e estratégica.


Cada área fala por 5 minutos - mas sob uma nova ótica: “Como nossas decisões da semana impactam o custo tributário e a margem da empresa?”



1. COMERCIAL - “Estamos vendendo certo, mas tributando errado?”


Pergunta do CEO:


“Nosso modelo de precificação já considera a tributação por destino do IBS e CBS?”

O que o comercial deve trazer:


  • Simulações de preço considerando o local de destino da venda;

  • Impacto tributário em operações interestaduais;

  • Revisão de contratos de prestação de serviço que misturam execução, projeto e consultoria.


Exemplo real:


“Vendemos um serviço para Belo Horizonte. Com a cobrança no destino, a alíquota sobe 2,5%. Precisamos revisar o contrato ou o preço.”

Insight: O comercial passa a trabalhar junto com o fiscal e o financeiro na definição de preços.



2. FINANCEIRO - “Estamos medindo o que realmente importa?”


Pergunta do CEO:


“Como o IBS e a CBS vão afetar nosso fluxo de caixa e EBITDA nos próximos trimestres?”

O que o financeiro deve trazer:


  • Simulação da nova carga tributária;

  • Previsão de crédito e débito de IBS/CBS;

  • Projeção de impacto no EBITDA e no capital de giro;

  • Análise de timing de pagamento no regime de competência.


Exemplo de diálogo:

“Se continuarmos contratando como hoje, o imposto sobe 12%. Se segmentarmos atividades, o impacto cai para 7%. Isso dá uma diferença de R$ 420 mil no caixa do trimestre.”

Insight: O financeiro precisa traduzir o impacto tributário em linguagem de resultado: caixa, margem e lucro operacional.



3. CONTABILIDADE E CONTROLADORIA - “Estamos transformando dados em estratégia?”


Pergunta do CEO:


“Nossa contabilidade está preparada para segregar as atividades que terão alíquotas diferentes?”

O que essa área deve trazer:


  • Estrutura de planos de contas ajustada para o novo modelo;

  • Segregação entre serviços de projeto, execução e consultoria;

  • Ajuste do ERP e integração com sistema fiscal;

  • Relatórios comparativos de carga atual x carga futura.


Exemplo de diálogo:

“Projetos de engenharia podem ter alíquota reduzida de 70%. Se separarmos contabilmente, reduzimos o imposto médio em 9 pontos percentuais.”

Insight: A contabilidade deixa de ser reativa e passa a ser a base da inteligência de decisão.



4. JURÍDICO - “Estamos protegidos contra riscos contratuais e autuações?”


Pergunta do CEO:


“Nossos contratos já refletem as novas cláusulas de incidência tributária?”

O que o jurídico deve trazer:


  • Revisão de cláusulas sobre local de prestação e incidência de tributo;

  • Adequação à CBS e IBS nas obrigações acessórias;

  • Cláusulas de responsabilidade tributária em contratos de terceiros;

  • Orientação para prevenir litígios de transição.


Exemplo de diálogo:


“Temos contratos antigos com cláusulas de ISS fixas — se não revisarmos, corremos risco de bitributação com IBS.”

Insight: O jurídico se torna guardião da governança tributária e da mitigação de risco.



5. RH - “Nosso modelo de contratação é sustentável sob o novo regime?”



Pergunta do CEO:


“Nossos contratos de trabalho e terceirizações estão adequados ao novo regime de créditos fiscais?”

O que o RH deve trazer:


  • Mapeamento de contratos PJ e CLT sob a ótica de créditos do IBS;

  • Avaliação de benefícios e encargos como crédito tributário;

  • Planejamento de estrutura de remuneração com foco fiscal;

  • Revisão de fornecedores terceirizados e cooperativas.


Exemplo de diálogo:


“Ao migrar parte da equipe de suporte para PJ técnico com CNAE de consultoria, podemos recuperar créditos e reduzir 4% da carga líquida.”

Insight: O RH entra na pauta tributária pela porta da eficiência de custo e conformidade contratual.



6. MARKETING E COMUNICAÇÃO - “Estamos comunicando com estratégia fiscal?”



Pergunta do CEO:

“Nossas campanhas regionais e modelos de serviço estão alinhados à nova regra de incidência no destino?”

O que o marketing deve trazer:


  • Planejamento de campanhas levando em conta regiões de menor carga tributária;

  • Revisão de propostas comerciais regionais;

  • Coordenação com o financeiro para análise de custo por praça;

  • Estratégia de comunicação interna sobre a transição tributária.


Exemplo de diálogo:

“Podemos concentrar campanhas em estados com carga menor de IBS e CBS para melhorar o ROI publicitário.”

Insight: O marketing se torna aliado da estratégia tributária — e o imposto passa a fazer parte do plano de mídia.



O resultado: uma empresa que aprende a pensar com base tributária


A empresa que integra todos esses olhares transforma o tributo em instrumento de decisão.O contador passa a ser mentor estratégico, não apenas emissor de guias. E o CEO ganha o que mais importa: visibilidade real sobre o impacto fiscal em cada decisão da empresa.



Conclusão: o futuro começa na próxima reunião


Segunda-feira que vem, experimente mudar a dinâmica. Comece com uma pergunta simples a cada área:


“Como a Reforma Tributária impacta o que você vai decidir esta semana?”

Em poucos encontros, você perceberá que:


  • O comercial passará a vender com inteligência fiscal;

  • O financeiro vai prever caixa com realismo;

  • O jurídico e a contabilidade vão blindar riscos;

  • O RH e o marketing vão otimizar custo e retorno.


E sua empresa vai parar de reagir à Reforma Tributária — e começar a lucrar com ela.



Por Patrick de Pelucio



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Com mais de 30 anos de atuação, a SPM Consultoria é referência em soluções contábeis, fiscais e financeiras personalizadas.Ajudamos empresas a estruturar seus controles, reduzir riscos e transformar o departamento financeiro em um centro de performance estratégica.


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